12.13.2011

Mosteiro da Batalha

Conceitos: Módulo 2 Unidade 3

ÉPOCA MEDIEVAL
Uma das épocas em que tradicionalmente se divide a História.
Tem a duração de cerca de 1000 anos, sendo, normalmente, tomados como limites a destituição do último imperador romano do Ocidente, em 476, e a conquista de Constantinopla pelos Turcos, em 1453.
Embora num período tão longo as mutações históricas tenham sido muitas, a Idade Média identifica-se, geralmente, com a sociedade senhorial e vassálica que se formou, no Ocidente, após o século IX e tem como principal emblema o castelo.

ARTE GÓTICA
Estilo artístico que dominou a arte europeia entre os séculos XII e XV.
Irradiou do Norte de França e, embora se tenha desenvolvido nas várias artes (pintura, escultura, vitral, ourivesaria, etc) permaneceu essencialmente ligado àarquitectura, recebendo, por vezes, o nome de ogival, em referência aos arcos cruzados das abóbadas. Em Portugal, este estilo desenvolveu-se um pouco mais tarde (a partir do século XIII), tendo, na sua fase final, adquirido uma feição própria, conhecida como “estilo manuelino”.

CONFRARIA
Associação de socorros mútuos de carácter religioso, organizada sob a invocação de um santo protector. Dedicava-se também à caridade como meio de minorar a pobreza urbana.

CORPORAÇÃO
Associação de cariz socioprofissional que reunia, nas cidade, os trabalhadores de um mesmo ofício.
Mais conhecidas, na Idade Média, por artes, guildas ou casas, as corporações possuíam estatutos próprios que regulamentavam os preços, os salários e a própria qualidade de produção. Geralmente, a cada corporação associava-se uma confraria religiosa que prestava assistência aos seus membros.

UNIVERSIDADE
Do latino universitas, corporação de professores e/ou estudantes, com vista à organização de um estabelecimento de ensino superior (studium). A universidade medieval foi sempre dependente da Igreja e dedicou-se, sobretudo, à formação de clérigos. No século XIII, o número de estudantes laicos de origem burguesa aumentou significativamente, tornando-se a universidade o centro de formação dos quadros do funcionalismo público, necessários à centralização do poder pelos monarcas. Estudar numa universidade passou a ser, desde então, uma forma de adquirir prestígio e subir na escala social.

CULTURA ERUDITA
Cultura própria dos grupos mais elevados da sociedade, intimamente ligada à leitura e ao estudo (de erudir – instruir). É uma cultura intelectualizada, não acessível à maior parte da população. Na Idade Média, são focos de cultura erudita os conventos, com as suas livrarias, as universidades e as cortes régias e senhoriais.

CULTURA POPULAR
Conjunto de práticas e formas de expressão das classes mais desfavorecidas.
Tem carácter espontâneo, local, e transmite-se por via oral, de geração em geração. Opõe-se à cultura erudita, própria das classes elevadas, mais livresca e intelectualizada e, por isso, mais uniforme.

Conceitos: Módulo 2 Unidade 2

VASSALIDADE
Relação hierárquica que se estabelecia entre dois indivíduos de estirpe social elevada. Criava, entre eles, uma dependência pessoal, alicerçada numa reciprocidade de direitos e deveres (fidelidade, ajuda, conselho).Essa dependência pessoal derivava do facto de um dos senhores (o suserano) atribuir um bem (terra, castelo, rendas, cargo) – também chamado de benefício ou feudo – a outro senhor (o vassalo).

RECONQUISTA
Termo usado para designar as campanhas militares que os reinos cristãos da Península Ibérica dirigiram contra os muçulmanos, que a invadiram em 711. A Reconquista ter-se-á iniciado em 718-22, a partir do pequeno reino das Astúrias, e terminou em 1492, com a conquista do reino mouro de Granada.A Reconquista foi um processo lento, de avanços e recuos condicionados pelo relevo, pelas bacias hidrográficas, pela unidade/divisão dos muçulmanos. Contou, ainda, com o apoio da Igreja.

IMUNIDADE
Privilégio que consiste em interditar aos delegados do rei a entrada nas terras de um nobre, de um bispado ou de uma abadia para aí exercer o poder público.

MESTEIRAL
Trabalhador especializado num ofício mecânico do artesanato. Os mesteirais estavam organizados em agrupamentos designados de bandeira, corporação ou grémio.

CONCELHO
Termo derivado do latim concilium; designava um território de extensão variável, cujos moradores (os vizinhos) eram dotados de maior ou menor autonomia administrativa.

CARTA DE FORAL
Diploma emanado do rei ou de um senhor laico ou eclesiástico, no qual se estabeleciam as regras e os direitos que regiam a vida das populações de uma certa localidade, denominada de concelho.Diziam respeito a :-segurança, isenção ou redução tributária;-exclusão da servidão e de perseguições da justiça;-concessão ou reconhecimento de governo próprio.

MONARQUIA FEUDAL
Monarquia na qual o rei se assume como o maior e mais poderoso dos senhores feudais; em troca de doações e da concessão de protecção faz convergir para a sua figura os laços de dependência pessoal de vassalos e súbditos.Seguindo as tendências então vigentes na França dos séculos XII e XIII, a monarquia feudal portuguesa, que também fundamentava o poder real no direito divino, caminhou para a centralização, em virtude de o rei nunca abdicar da chefia militar e da justiça suprema.Munida de funcionários e de órgãos do governo especializados, a monarquia portuguesa foi capaz, desde 1211, de criar Leis Gerais.

CÚRIA RÉGIA
Conjunto de conselheiros que ajudavam as funções do soberano. De origem visigótica, a Cúria Régia vigorou na monarquia portuguesa até meados do século XIII, diversificando-se nas Cortes e no Conselho do Rei.

LEGISTA
Termo empregado durante a Idade Média, na Europa Ocidental, para designar os juristas instruídos no direito romano.

CORTES
Assembleia solene, convocada pelo monarca, em que tomavam parte os representantes do clero, da nobreza e do povo. Nela se discutiam problemas propostos pela realeza e se faziam reclamações, formuladas especialmente pelo povo que apontava as soluções que entendia acertadas.

INQUIRIÇÕES
Inquéritos promovidos pelo poder central, nos séculos XIII e XIV. Destinavam-se a averiguar o estado dos bens do rei e dos bens da Coroa, isto é, dos reguengos. As primeiras Inquirições (1220) tiveram lugar no território do arcebispado de Braga (Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Norte da Beira).

Conceitos: Módulo 2 Unidade 1

SENHORIO
Território onde um senhor exercia:
a) Poder sobre a terra, de que era proprietário e de cuja exploração cobrava rendas e serviços;
b) Poder sobre os homens, a quem exigia impostos de natureza económica, jurisdicional e militar

REINO
Estado ou nação cujo chefe político é um rei. Foi no decurso da Idade Média que se constituíram os reinos que estão na base dos actuais Estados europeus. O processo de formação de reinos foi mais precoce na Europa Ocidental. Na Europa Central e Oriental este processo foi entravado por razões várias, tendo a autoridade real sentido dificuldade em se afirmar face ao poder dos grandes senhores.

COMUNA
O termo designou, inicialmente, a associação dos habitantes de uma cidade que tinha por objectivo libertá-la da sujeição aos grandes senhores. Passou, depois, a designar a cidade que, na Idade Média, possuía numa total ou muito ampla autonomia administrativa.
Iniciado no século XI, em Itália, o movimento comunal expande-se no decurso dos séculos XII, XIII e XIV.

PAPADO
O cargo, a dignidade do Papa.
O estabelecimento da supremacia do bispo de Roma – o Papa – sobre o restante clero e a Cristandade ocidental foi um processo demorado e complexo que conduziu, em 1054, à divisão dos cristãos em católicos e ortodoxos.
No século XI foram dados dois passos sobremaneira importantes para o reforço da dignidade do Papa no Ocidente: o estabelecimento da sua eleição por um colégio independente de cardeais (1059) e a publicação, por Gregório VII, dos Dictatus Papae (1075), que proclamavam a independência da Igreja relativamente aos laicos, a centralização dos poderes da instituição nas mãos do Papa, bem como a supremacia deste último sobre toda a Cristandade.

IGREJA ORTODOXA GREGA
Conjunto de Igrejas do Oriente que, no século XI, se separaram da Igreja de Roma, por considerarem que esta se desviava dos genuínos dogmas do cristianismo, definidos nos sete primeiros concílios. Daí a designação, que a si mesmo atribuíram, de ortodoxas (“doutrina certa”). Os Ortodoxos não reconheciam, como os católicos, a autoridade superior de qualquer bispo, embora o primado de honra pertencesse ao patriarca de Constantinopla.
Para além deste ponto, separavam as duas Igrejas alguns aspectos doutrinais e litúrgicos, nomeadamente no que toca ao dogma da Santíssima Trindade e à língua religiosa que, no Oriente, era o grego e, no Ocidente, o latim. Daí o nome de Igreja Grega dado à Igreja Ortodoxa.

ISLÃO
O mesmo que islamismo, religião monoteísta fundada por Maomé, na segunda década do século VII. O vocábulo islão significa, em árabe, “submissão total a Deus”. Inicialmente, o termo foi pouco usado no sentido que tem hoje, já que os Árabes designam a sua religião por Muslen e por Mussulman os crentes da mesma.
O termo islão tanto pode ser utilizado com um sentido estritamente religioso como para designar a comunidade islâmica, isto é, o mundo muçulmano em geral.

BURGUESIA
Grupo social oriundo dos estratos populares que se individualiza na Idade Média, cerca do século XII. O termo burgueses designa, inicialmente, os habitantes dos burgos, em geral comerciantes e artesãos cuja riqueza assenta em bens móveis e não na posse de terras, como o clero e a nobreza. Com o tempo, a burguesia incorpora outros elementos sociais (homens de leis, funcionários) e adquire um estatuto mais elevado do que o povo em geral.

ECONOMIA MONETÁRIA
Sistema económico baseado nas trocas e na circulação de moeda. Esta torna-se não só um indispensável meio de pagamento como um valor em si, susceptível de ser entesourado. A economia monetária tem subjacentes o espírito de lucro e o jogo da oferta e da procura, orientando-se para a satisfação das necessidades de um mercado consumidor. Este sistema económico afirmou-se definitivamente com o renascimento das cidades, no século XIII, substituindo a economia de autoconsumo que vigorava na Europa desde o fim do Império Romano.